Mandado na Asa Norte
“Há pouco mais de um ano, saí para executar um mandado de débito escolar, na Asa Norte de Brasília, bairro nobre da capital. Como ninguém atendia no interfone, deixei meu telefone na portaria e pedi que passassem o recado.
Após três dias, retornei. De novo, nenhuma resposta. Então, ao ser informado que a moradora era “pessoa difícil, que não costuma receber ninguém”, decidi subir. Ao chegar na porta, notei que havia gente em casa. Toquei a campainha, me identifiquei, a senhora abriu. Ao ouvir que era uma ordem judicial, ela perguntou aos berros “quem havia deixado” eu subir e começou a me ofender. Respondi que estava com um mandado, que me autorizava inclusive a arrombar a porta.
“Isso é um absurdo”, ela reagiu. Em seguida, passou a me fotografar com o celular e deu a entender que não assinaria. Expliquei que isso não era problema, pois meu testemunho era suficiente, uma vez que nós, Oficiais de Justiça, temos fé pública. Deixei o documento e fui embora.
Um belo dia, já na pandemia, vejo na TV a notícia do ato silencioso dos profissionais da saúde, na Praça dos Três Poderes, interrompido de forma agressiva por algumas pessoas. Imediatamente, reconheço a mulher que ofendia os manifestantes. Era a própria!”
Curtiu a crônica do OJ Julio Cesar Fontela, coordenador da Região Centro-Oeste da Fenassojaf? Mande também a sua que a gente publica na série “Crônicas Oficiais”. #ASSOJAFRJ